Ezequiel 18:1-32
Exposição de G. Campbell Morgan sobre a Bíblia inteira
A próxima profecia foi dirigida contra a falsa atitude mental prevalecente entre o povo exilado, que se expressou em um provérbio: "Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos estão ruídos". Com o uso desse provérbio, eles pretendiam colocar a culpa de seu sofrimento presente nos pais. Embora reconhecendo todo o mal que se abatera sobre eles como resultado do pecado, eles mantiveram a atitude de inocência ferida, declarando, com efeito, que estavam suportando o castigo dos pecados que não haviam cometido.
Isso o profeta negou, primeiro estabelecendo princípios ilustrativos que podem ser assim resumidos. Todas as almas têm relações diretas com Deus, visto que pertencem a Ele. O homem justo vive. O filho perverso de um homem justo morre. O filho justo de um homem perverso vive. Em termos inequívocos, o profeta então deliberadamente declarou que o filho não carrega a iniqüidade do pai, nem o pai a do filho.
Nessa primeira linha de argumento ao refutar o falso provérbio, o profeta deu toda a ênfase à responsabilidade pessoal. O argumento é ao mesmo tempo uma revelação da estrita justiça de Deus ao lidar com os homens e da oportunidade e obrigação do homem de lidar imediatamente com Deus.
O profeta então passou a mostrar quão graciosa é essa oportunidade. Se o ímpio passar da perversidade para a justiça, seus pecados serão perdoados e ele viverá, porque Jeová não tem prazer na morte do ímpio. Por outro lado, se o homem justo se voltar de sua justiça para o pecado, sua justiça passada não terá valor e ele morrerá. Israel declarou que o caminho de Jeová não era igual. A isso Ezequiel respondeu que os caminhos de Israel eram desiguais, e que o que parecia ser desigual no julgamento de Deus era o resultado da desigualdade de sua atitude para com ele.
O profeta então apelou à casa de Israel para que se desviasse da transgressão e declarou novamente que Jeová “não teve prazer na morte do que morria”. A responsabilidade e a oportunidade de um povo pecador são apresentadas no apelo para fazer para si um novo coração e um novo espírito, e na declaração de que, voltando-se, viveriam.