Jeremias 50:1-46
Exposição de G. Campbell Morgan sobre a Bíblia inteira
A última das profecias sobre as nações tem a ver com a Babilônia. Em todas as declarações proféticas de Jeremias, ela foi vista como o instrumento do julgamento de Deus. Finalmente, por causa de seu próprio pecado e corrupção, esse julgamento deve cair inevitavelmente sobre ela. Esse é o grande peso da mensagem. É perfeitamente evidente que o profeta tinha em mente as nações de Judá e Israel, e o que ele disse a respeito de Babilônia teve relação direta com elas como povo de Deus.
A profecia divide-se em duas partes, a primeira contida no capítulo cinquenta prediz a condenação de Babilônia e a libertação de Israel; a segunda, no capítulo cinquenta e um, indicando a responsabilidade de Israel em vista dessa condenação determinada na Babilônia. O parágrafo (versos Jr 50: 1-20) contém o primeiro movimento da primeira profecia, em que, em termos gerais, o profeta anunciou a queda da Babilônia e predisse o retorno arrependido dos filhos de Israel e Judá.
Ele então descreveu mais definitivamente a destruição da própria cidade da Babilônia. Uma confederação de nações viria contra ela e a destruiria, e isso porque ela havia se regozijado e sido devassa em seu trato com o povo de Deus. Esse povo, embora disperso e expulso, seria reunido e restaurado, enquanto a iniqüidade de Israel e os pecados de Judá seriam perdoados.
A profecia aumenta em poder à medida que prossegue, conforme Jeremias predisse a plenitude da derrubada determinada contra Babilônia. Ele descreveu a plenitude como consistindo na completa humilhação de seu orgulho e na destruição absoluta de seu poder. Ele reconheceu que Babilônia havia sido o instrumento nas mãos de Jeová, ao se referir a ela como "o martelo de toda a terra". Mas o martelo foi quebrado e a Babilônia se tornou uma desolação.
Ele descreveu a destruição de seus homens fortes como touros indo para o matadouro. Cativos em fuga anunciam em Sião a vingança de Jeová. Sua queda será de acordo com tudo o que ela mesma havia feito, e o profeta revela o motivo da vingança divina. "Ela se orgulha de Jeová." O martelo praticamente se rebelou contra a mão que o segurava. Portanto, o orgulho da Babilônia deveria ser humilhado.
Todas as coisas em que Babilônia depositou sua confiança, suas multidões, seus príncipes, seus sábios, seus valentes, seus cavalos, seus carros, "o povo mesclado que está no meio dela", seus tesouros, suas águas, são vistos sob a espada destruidora de Jeová, condenados à destruição tão completa quanto a de Sodoma e Gomorra. O instrumento nas mãos de Jeová é descrito como povo do norte, mas o profeta enfaticamente e com grande clareza declarou que o julgamento seria realizado pelo invencível Jeová.