Lucas 10:25-37
Comentário Poços de Água Viva
A mensagem da estrada de Jericó
PALAVRAS INTRODUTÓRIAS
1. O HOMEM QUE FEZ SUA VANTAGEM DA LEI
Um certo advogado tentou a Cristo, perguntando-Lhe o que deveria fazer para herdar a vida eterna. O Senhor sabia que o advogado se gabava da Lei, portanto, perguntou-lhe: "O que está escrito na Lei? Como lês?" O advogado respondeu rapidamente; "Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, e com todas as tuas forças e com toda a tua mente; e ao teu próximo como a ti mesmo."
O Senhor Jesus aceitou a resposta do advogado e disse; "Faça isso e você viverá."
O advogado, porém, não ficou satisfeito e quis se justificar; portanto, ele perguntou a Cristo; "Quem é meu vizinho?"
Em resposta a essa pergunta, Jesus contou a história do judeu despojado e ferido que foi deixado semimorto na estrada de Jericó.
2. O HOMEM QUE APRENDEU UM NOVO SIGNIFICADO DA LEI
Cristo contou a história do judeu ferido e do sacerdote e levita, que passaram por ali, enquanto o Bom Samaritano o resgatava e o carregava para a pousada. Então Ele perguntou ao advogado: "Qual destes três, pensas tu, era vizinho daquele que caiu entre os ladrões?"
O advogado respondeu: "Aquele que teve misericórdia dele." Disse-lhe então Jesus: "Vai, e faze o mesmo."
O advogado não tinha mais nada a dizer. Ele sem dúvida percebeu uma nova profundidade e um novo significado para o segundo grande mandamento.
1. Cristo não estava ensinando que amar nosso próximo era mostrar a ele mais do que atos bondosos e humanitários. É certo dar dinheiro, comida e roupas aos pobres; não há problema em construir hospitais, escolas e bibliotecas públicas para os necessitados; mas não foi isso que o Senhor desejou pressionado. É correto ensinar boa moral aos caídos e procurar criar e fazer cumprir boas leis em favor dos oprimidos. Todas essas coisas e muitas outras estão certas, em seus lugares, e pertencem à esfera das agências de aperfeiçoamento humano.
2. Cristo, porém, tinha um significado muito mais profundo em. Sua concepção de amar o próximo. O Senhor Jesus não estava falando de forma humanitária. Ele estava nos ensinando que amar o próximo era ir até aquele que ficou despido, machucado e meio morto na beira da estrada, e curar suas feridas, derramando óleo e vinho. Nisto, estaria cumprindo exatamente o que está escrito de Cristo em Lucas 4:18 : “Ele me ungiu para pregar o Evangelho aos pobres; enviou-me para curar os quebrantados de coração, para pregar a libertação aos cativos, e a recuperação dos visão para os cegos. " Isaías acrescenta: "Para dar-lhes formosura por cinzas, óleo de alegria por luto, e vestes de louvor por espírito de tristeza".
I. ONDE NOSSOS VIZINHOS PODEM SER ENCONTRADOS ( Lucas 10:30 )
O advogado perguntou a Cristo, dizendo: "Quem é meu próximo?" O Senhor deu a parábola que agora vamos considerar, como Sua resposta. O versículo inicial, que acabamos de ler, sugere três coisas sobre onde podemos procurar nosso próximo:
1. Ele pode ser encontrado no caminho que desce. O que quer que possamos pensar, o homem que precisa do Salvador não está no caminho que conduz à vida, ao Céu e ao Lar.
O inferno está abaixo de várias maneiras; e o pecador está descendo, a estrada que leva ao inferno.
2. Ele pode ser encontrado, despido, ferido e meio morto. Nem todos os homens que percorrem o caminho da morte encontram-se em situação tão evidente; mas, mais cedo ou mais tarde, a tragédia de uma vida pecaminosa contará a mesma história de tristeza e vergonha. O pecado rouba os homens. Ele rouba tudo o que é alto e sagrado. Ele tira uma das vestes da justiça; fere e depois deixa os feridos na beira da estrada, meio mortos e desertos.
Onde está aquele que pode descrever os destroços de homens movidos pelo pecado? A terra é um cemitério de esperanças arruinadas, corações esmagados e perspectivas estragadas.
3. Ele pode ser encontrado abandonado e sozinho. O menino pródigo foi festejado e festejado quando chegou pela primeira vez ao país distante; mas assim que seu dinheiro foi drenado, ele foi enviado para o rebanho de porcos. Então, ele deve ter dito: "Ninguém se importa com a minha alma."
O morcego sul-americano ficará pendurado sobre sua vítima adormecida, abanando-a com suas asas até que veja que sua vítima está dormindo profundamente. Então ele entrará em seu bico e, enquanto abana, ele sugará o sangue vital de sua vítima.
Satanás e o pecado não têm mais ânimo para com as vítimas que saqueiam. Eles primeiro destruirão toda perspectiva e toda esperança, e então deixarão sua vítima meio morta sem qualquer raio de possível redenção.
II. A INFLUÊNCIA DA RELIGIÃO HUMANA ( Lucas 10:32 )
O padre que passou era o representante da teologia judaica. O que ele fez? Ele desceu por acaso. Ele viu o homem ferido e passou do outro lado.
1. Uma religião que não busca pecadores é estranha a Cristo. As igrejas não são estabelecidas para admiração mútua. Eles não pretendem ser um trem pullman finamente equipado, ou um transatlântico maravilhosamente preparado, onde as pessoas podem descansar com todo o conforto em seu caminho celestial.
A Igreja foi comissionada para ir por todo o mundo e pregar o Evangelho a todas as criaturas. Fora para os atalhos e sebes; nas ruas da cidade, ela deveria procurar os perdidos.
Uma igreja que não é uma instituição de salvamento de almas deve escrever "Ichabod" sobre sua porta e reconhecer que está abandonada.
2. Uma religião sem solicitude pelos feridos é estranha ao Cristianismo. Quando Cristo viu a multidão faminta, Ele foi movido de compaixão e ordenou a Seus discípulos, dizendo; "Dê-lhes para comer." Quando Cristo viu a multidão no último dia da festa, clamou: "Se alguém tem sede, venha a mim e beba".
Imaginamos que agora ouvimos o Senhor dizendo: "Marque cada um que suspira e chora pelos perdidos."
3. Uma religião sem socorro para os meio-mortos é uma formalidade inútil. O padre não procurou o pecador. Ele só o encontrou por acaso. Ele não tinha solicitude; pois ele passou do outro lado. Ele não ofereceu socorro e não deu nenhum; pois ele seguiu seu caminho.
Há um versículo na epístola de João que diz: "Quem tem o bem deste mundo e, vendo seu irmão necessitado, fecha-lhe as entranhas da compaixão, como está nele o amor de Deus?"
Não podemos aplicar isso também ao pecador perdido. A igreja que se recusa a fornecer todo auxílio possível aos homens perdidos e moribundos, nada sabe do coração de seu Senhor, e é desobediente ao Seu mandamento.
III. A INESPERANÇA DA REDENÇÃO LEGALIZADA ( Lucas 10:32 )
Não sabemos se nossa legenda diz exatamente o que queremos que diga. O que queremos expressar é a total falha do levita e da Lei que ele representa em atender às necessidades do pecador.
1. A província da lei. Não afirmamos que não haja lugar para o governo e para o Direito. O Espírito ensina que a Lei é um terror para os obreiros maus e que os governantes são os vingadores de Deus; entretanto, a esfera de ação da Lei não é a busca, nem a salvação dos perdidos. A lei fala de ira, julgamento e vingança. Não há lugar para misericórdia, paz e graça. A Lei é sem amor, sem alegria, sem esperança, para aqueles que são ofendidos.
Não é de admirar que o levita tenha passado do outro lado.
2. O fracasso da lei. A Lei deve sempre falhar, no que diz respeito ao seu poder de redimir; porque, como acabamos de dizer, não há nada nele que mostre misericórdia. A Lei é justa, mas não graciosa. É até bom, se um homem o usa legalmente. Protege os justos, mas condena os culpados.
Há, no entanto, outra razão mais profunda pela qual a Lei deve falhar, ao buscar resgatar o homem que é atingido na beira da estrada. É impossível para a lei redimir o pecador, porque é impossível para o pecador guardar a lei. O motivo do fracasso da Lei reside no fato de que todos os homens são pecadores e violaram a lei. Não há homem justo na face da terra que faça o bem e não peque.
3. O fracasso da Lei leva o pecador a Cristo. A lei pode revelar o fato do pecado; pode aprofundar o senso de pecado e fazer com que o pecador veja as profundezas de sua depravação. Tudo isso deixaria o transgressor da Lei em total angústia, não fosse pelo fato de que Cristo, o único que guardou perfeitamente a Lei, foi visto descendo a estrada de Jericó na forma do Bom Samaritano. Sobre este Cristo a Lei, inconscientemente, lança o pecador.
4. A MISSÃO DE CRISTO ( Lucas 10:33 )
1. Cristo veio buscar o pecador. O sacerdote eo levita veio por acaso, ou aconteceu de passar pelo local onde o judeu assaltado estava meio morto. O samaritano, enquanto viajava, veio propositalmente para onde estava.
O Senhor Jesus não veio acidentalmente à terra. Sua vinda foi prometida, anunciada, ordenada. Ele veio, enviado pelo pai. Ele veio, procurando salvar.
2. Cristo veio para salvar o pecador. Quando o samaritano viu o judeu ferido, teve compaixão dele e foi até ele, e curou suas feridas, derramando azeite e vinho. Isso é exatamente o que nosso Senhor está fazendo, até agora. Ele é o Salvador de todos os que crêem. Ele veio desfazer as obras do diabo; Ele veio para quebrar o poder do pecado unido; Ele veio pregar libertação aos cativos; a recuperação da visão para os cegos; para pôr em liberdade os que foram feridos.
O Senhor Jesus veio para redimir o pecador da armadilha de Satanás.
3. Cristo veio para socorrer o pecador. O Bom Samaritano fez mais do que vir até onde o judeu jazia machucado e meio morto. Ele fez mais do que curar suas feridas, derramando óleo e vinho. Ele também o colocou sobre seu próprio animal, e o levou a uma estalagem, e cuidou dele.
Nosso Salvador, quando começa uma boa obra, a completa. Quem salva, também guarda. Cristo não está satisfeito em ter o pecador salvo; a criança nasceu. Ele quer que aquele que foi salvo e gerado seja treinado por crianças. Ele deseja que ele cresça na nutrição do Senhor.
V. A MISSÃO DA IGREJA ( Lucas 10:35 )
1. A Igreja é a hospedaria, o refúgio dos pecadores salvos. Supomos que esse pensamento já tenha vindo à sua mente quando você acabou de ouvir como o Bom Samaritano levou o judeu ferido para uma pousada. Mesmo assim, o Senhor ordenou que espalhados aqui e ali por todo o mundo, houvesse pousadas erguidas, igrejas formadas, onde aqueles que foram salvos da estrada de Jericó, pudessem encontrar um refúgio e um lugar para restauração e crescimento.
A Igreja nunca cumpriu sua tarefa dada por Deus até sair para trazer os perdidos.
A Igreja não deve sentir que cumpriu sua tarefa, porém, quando os perdidos apenas receberam uma iniciativa do rito eclesiástico. A mãe não sente seu dever cumprido, seu trabalho concluído, quando um filho nasce ao mundo; ela sente que a criança deve ser alimentada, vestida e treinada. Assim, também, a Igreja deve ser mãe de seus filhos. Os novos convertidos precisam aprender as coisas mais profundas de Deus.
2. A Igreja é a estalagem, construída por Deus para cuidar dos pecadores salvos. O Bom Samaritano deu ao estalajadeiro dois pence para cuidar do judeu ferido. O estalajadeiro não devia abrigar o necessitado com seus próprios recursos; mas com os recursos do samaritano.
A Igreja não pode empreender, por sua própria força, fazer pelos pecadores salvos o que precisa ser feito. Antes de o Senhor Jesus partir, Ele disse à Sua Igreja que estaria com eles. Ele também disse: "Recebereis poder, depois que o Espírito Santo vier sobre vós." Ele também confiou Sua preciosa Palavra à confiança deles. Assim é que, até esta hora, estamos servindo aos perdidos e aos salvos do domínio de Satanás, por meio do Espírito Santo, um poder conferido; e pela Palavra de Deus, um dom confiado.
VI. O PONTUAÇÃO FINAL ( Lucas 10:35 )
1. Sugerimos aqui o serviço de idade da Igreja. O estalajadeiro devia cuidar do judeu ferido desde a partida do samaritano e até que ele voltasse. A Igreja deve ocupar desde o tempo que o Senhor Jesus saiu do Monte das Oliveiras até o tempo do arrebatamento dos santos.
Este pensamento é expresso a nós em cada lembrança da Ceia do Senhor. A Palavra diz: "Sempre que comais este pão e bebeis este cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha."
2. Aqui sugerimos as recompensas da Igreja. "Quando eu voltar, eu te recompensarei." Foi o que o Bom Samaritano disse ao anfitrião da pousada. Isso também é o que Cristo nos disse.
Para o pastor Peter diz; "Apascentem o rebanho de Deus * *. E quando o Sumo Pastor aparecer, recebereis uma coroa de glória."
Aos santos como um todo, Paulo disse: "Deus não é injusto se esquecer a vossa obra e obra de amor, que tendes mostrado para com o Seu Nome, visto que ministrastes aos santos."
Eis que Ele virá e virá rapidamente. Então, todos receberão de acordo com sua obra.
UMA ILUSTRAÇÃO
Recentemente, dois estranhos visitaram uma notável igreja de Chicago. Ao entrarem, sentiram não apenas uma atmosfera espiritual, mas um espírito amigável que parecia alcançá-los e atraí-los para dentro de seu círculo. Ao tomarem seus assentos, eles se sentiram em casa; embora longe de rostos e cenas familiares, eles estavam entre os filhos de Deus. Eles elevaram seus corações em adoração e gratidão, e saíram homens melhores por causa da doce comunhão que haviam experimentado ali.
Quão diferente é esse tipo de igreja daquela que o escritor frequentou por dois anos em uma certa cidade universitária. Os alunos entraram na igreja, ficaram gelados com sua atmosfera indiferente e voltaram para casa com uma sensação peculiar de perda. Ninguém apertou a mão deles, os convidou para voltar, ou parecia se importar se eles existiam. No entanto, domingo após domingo, eles procuraram esse santuário, ansiando por algum contato espiritual.
É de se admirar que esses mesmos jovens considerem ir à igreja um dever enfadonho? Pode demorar um pouco, pode exigir um pouco de energia, pode até envolver sair do caminho para dar aquele sorriso e apertar a mão do estranho. Mas aquelas pessoas que tentaram conhecem o brilho caloroso que inunda o coração do estranho e também o seu próprio coração. Nosso Senhor Jesus disse: “Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.