Salmos 82:8
Comentário do Púlpito da Igreja de James Nisbet
DEUS COMO JUIZ
'Levanta-te, ó Deus, e julga a terra, porque levarás todos os gentios à tua herança.'
Salmos 82:8 (versão do livro de orações)
Os salmistas e profetas da antiguidade desejavam fervorosamente que Deus se levantasse para julgar a Terra. Eles o desejaram não por amor a si mesmos, mas por amor à Terra. Estamos acostumados a dividir o advento da misericórdia do advento do julgamento em um imenso intervalo de idades. Quando lemos os Profetas, ficamos perplexos ao descobrir esses adventos reunidos como se fossem partes da mesma transação, como se um dificilmente pudesse ser separado do outro.
Esta aparente união de assuntos opostos, de tempos distantes, não é menos característica dos evangelistas e apóstolos do que dos anciãos. Muito raramente eles falam de Cristo como tendo vindo sem pedir a Seus seguidores que O procurem e esperem por Ele como prestes a vir. Como esse hábito de falar deve ser contabilizado?
I. A Igreja não distingue o advento de nosso Senhor de Sua encarnação. - Ela considera Sua vinda a esta terra como Sua vinda a nossa natureza. Outro pensamento foi combinado nas mentes dos apóstolos com este, sem o qual é imperfeito. Eles acreditavam que o homem foi feito à imagem de Deus; eles acreditavam que Aquele que é a imagem perfeita de Deus deve apresentar, só pode apresentar, a humanidade verdadeira e perfeita.
O que se segue? O advento de Cristo foi o advento do verdadeiro Rei, Cabeça e Juiz dos homens; não poderia ser outra coisa se fosse o advento do Filho de Deus, Dele depois de Cuja semelhança os homens foram criados.
II. Cristo aparecendo em grande humildade nem completou a salvação nem o julgamento. —Sua ressurreição e ascensão eram para continuar o que a Encarnação havia começado. A mensagem de plena redenção, de um advento para julgamento, deve repousar sobre eles. São Paulo foi testemunha de uma justificação para cada homem, de uma justificação para a humanidade. E, portanto, São Paulo foi o grande pregador do julgamento.
A revelação da justiça de Deus para a justificação dos homens era, disse ele, em si mesma a 'revelação da ira de Deus contra toda impiedade e injustiça dos homens que defendem a verdade pela injustiça'.
III. Substitua essa ideia de advento pela mera noção de um nascimento ocorrido em um determinado período em Belém, de que é o nascimento do Fundador de nossa religião, de que é o nascimento do qual datamos nosso tempo; e veja como inevitavelmente todas as conclusões que pareciam tão naturais para os apóstolos se tornam totalmente antinaturais e incríveis para nós. —Podemos dar quantos títulos gloriosos a nosso Senhor quisermos; mas, nesse caso, Ele é apenas um homem exaltado acima dos homens, não a raiz e o cabeça da humanidade. Nenhuma advertência dos teólogos pode nos impedir de cair na velha questão: 'Onde está a promessa da Sua vinda?'
4. A pergunta foi respondida; todas as coisas não continuaram como antes desde que os pais dormiram. —Deus tem testemunhado à consciência de cada ser humano que está próxima a hora em que ele deve ser julgado e julgado, quando o Filho do Homem o perguntará se o possui ou despreza no menor de seus irmãos.
—Rev. FD Maurice.
Ilustração
'Os juízes têm o nome de autoridade e a posição dela, mas por sua falha devem ser degradados. O salmo termina com um apelo a Deus para se levantar e julgar a terra. Este é sempre o clamor do homem de fé quando se coloca diante dos erros e opressões que prevalecem entre os pobres e aflitos. Não há nada que o mundo mais precise hoje do que a administração de uma justiça estrita e imparcial, e não há maior conforto para o coração do que a convicção de que a oração do salmista, multiplicada dez mil vezes ao longo dos séculos por todos os que o foram e ainda estão cientes da injustiça prevalecente, ainda serão respondidas. O dia do julgamento de Deus será um dia de misericórdia no sentido mais amplo. '