Provérbios 26:8
O ilustrador bíblico
Como o que ata a pedra na funda, assim é aquele que dá honra ao tolo.
Jogando uma pedra em um ídolo
As palavras devem ser traduzidas, como o Coronel Condor foi o primeiro a apontar: “Como o que atira pedra ao ídolo, assim é aquele que honra o tolo”. A comparação se refere ao costume universal, nos tempos antigos, entre as nações pagãs de atirar uma pedra em um santuário idólatra, não em execração dele, como as pedras atiradas até hoje pelos judeus na coluna de Absalão em Jerusalém, mas em homenagem a isto.
Ao pé de alguma árvore sagrada, ou algum pilar consagrado à adoração idólatra, um monte de pedras é geralmente encontrado; cada pedra testemunhando uma visita feita ao local por algum devoto; e quanto maior a pilha, maior a veneração demonstrada. Na Grécia, a adoração de Hermes ou Mercúrio consistia em atirar uma pedra à sua imagem, colocada como uma marca à beira do caminho para proteger os viajantes em uma viagem.
Na Palestina, entre os habitantes cananeus primitivos que ainda sobreviviam, a idolatria era amplamente praticada; e nos primeiros tempos era comum ver, em pontos de elevação entre as colinas da Judéia e da Galiléia, um menir, ou dolmen, em que o objeto de adoração era uma imagem rústica de pedra, formando o núcleo de um monte de pedras de pedras que gradualmente cresceram ao redor, em lembrança das visitas feitas pelos fiéis.
Na Escócia, muitos marcos são feitos de pedras jogadas em um rude monumento de pedra, ou cromeleque, como um ato de adoração; e, talvez, muitos dos marcos de lembrança levantados aos mortos podem ter se originado desse ato de adoração. O velho ditado, “Acrescentarei uma pedra ao seu cairn”, era a mais alta expressão de reverência e consideração que poderia ser oferecida a um amigo. Com essa explicação, a comparação usada no provérbio das Escrituras se torna clara e convincente.
O provérbio só poderia ter sido usado por um iconoclasta; e muito provavelmente passou a existir nos dias de Ezequias, após a destruição em massa, por este monaré piedoso e zeloso, dos altares e monumentos de pedra dos idólatras cananeus que haviam corrompido Israel. Ezequias estava empenhado na obra de reforma nacional, e a purificação e consagração do templo por um cerimonial perfeito foi acompanhada pela derrubada de todos os "lugares altos" e as imagens idólatras e ritos ligados a eles, como antagônicos à santidade de a terra como herança de Deus.
E, portanto, o provérbio do texto teria uma profunda força e significado em sua época. Como aquele que continuou a velha prática de atirar uma pedra em um monumento idólatra, em sinal de adoração, uma prática agora proibida e provou ser vã e inútil, assim foi aquele que honrou um tolo. Um tolo era tão indigno de honra quanto um ídolo é para adoração. Em um caso, não há razão para a honra; e, no outro caso, a adoração é uma mera superstição tola e vazia. Um ídolo não é nada e um tolo é uma negação. ( H. Macmillan, DD )