Lucas 16:19-21
Comentário de Catena Aurea
Ver 19. Havia um homem rico, que se vestia de púrpura e de linho fino, e andava suntuosamente todos os dias; 20. E havia um mendigo chamado Lázaro, que estava deitado à sua porta, cheio de feridas, 21. E desejando ser alimentado com as migalhas que caíam da mesa do homem rico: além disso, os cães vinham lamber suas feridas.
BEDE; Nosso Senhor havia pouco antes aconselhado a fazer amigos do Mamom de injustiça, que os fariseus zombavam. Em seguida, ele confirma com exemplos o que havia colocado diante deles, dizendo: Havia um certo homem rico, etc.
CRIS. Houve, não há, porque ele faleceu como uma sombra fugaz.
AMBROSE; Mas nem toda pobreza é santa, nem todas as riquezas são criminosas, mas como o luxo desonra as riquezas, a santidade recomenda a pobreza.
Segue-se, e foi vestido de púrpura e linho fino.
BEDE; O roxo, a cor do manto real, é obtido a partir de conchas do mar, que são raspadas com uma faca. Byssus é uma espécie de linho branco e muito fino.
GREG. Agora, se o uso de vestes finas e preciosas não fosse uma falta, a palavra de Deus nunca teria expressado isso com tanto cuidado. Pois ninguém procura roupas caras, exceto por vanglória, para parecer mais honrado do que os outros; pois ninguém deseja ser vestido com tal, onde não pode ser visto por outros.
CRIS. Cinzas, pó e terra ele cobriu com púrpura e seda; ou cinzas, pó e terra traziam sobre eles púrpura e seda. Como eram suas vestes, assim também era sua comida. Portanto, também conosco, como nosso alimento é, assim seja nossa roupa. Daí segue-se, E ele se saiu suntuosamente todos os dias.
GREG. E aqui devemos nos vigiar de perto, visto que os banquetes dificilmente podem ser celebrados sem culpa, pois quase sempre o luxo acompanha a festa; e quando o corpo é engolido pelo prazer de se refrescar, o coração relaxa para alegrias vazias.
Segue-se, E havia um certo mendigo chamado Lázaro. AMBROSE; Isso parece mais uma narrativa do que uma parábola, já que o nome também é expresso.
CRIS. Mas uma parábola é aquela em que um exemplo é dado, enquanto os nomes são omitidos. Lázaro é interpretado como "aquele que foi assistido". Porque ele era pobre, e o Senhor o ajudou.
CIRIL; Se não; Este discurso sobre o homem rico e Lázaro foi escrito à maneira de uma comparação em uma parábola, para declarar que aqueles que abundam em riquezas terrenas, a menos que aliviem as necessidades dos pobres, encontrarão uma pesada condenação. Mas a tradição dos judeus relata que havia naquele tempo em Jerusalém um certo Lázaro que estava aflito com extrema pobreza e doença, de quem Nosso Senhor, lembrando-se, o introduz no exemplo para acrescentar maior importância às Suas palavras.
GREG. Devemos observar também que, entre os pagãos, os nomes dos pobres são mais conhecidos do que os dos ricos. Agora nosso Senhor menciona o nome do pobre, mas não o nome do rico, porque Deus conhece e aprova os humildes, mas não os orgulhosos. Mas para que o pobre fosse mais aprovado, a pobreza e a doença o consumiam ao mesmo tempo; como segue, que foi colocado em seu portão cheio de feridas.
PSEUDO-CRIS. Ele ficou no portão por isso, para que os ricos não digam, eu nunca o vi, ninguém me disse; porque o viu sair e voltar. O pobre está cheio de chagas, para que possa expor em seu próprio corpo a crueldade do rico. Você vê a morte de seu corpo jazendo diante do portão e não tem pena. Se você não respeita os mandamentos de Deus, pelo menos tenha compaixão de seu próprio estado e tema que você também se torne como ele.
Mas a doença traz algum conforto se recebe ajuda. Quão grande então foi o castigo naquele corpo, no qual com tais feridas ele se lembrava não da dor de suas feridas, mas apenas de sua fome; pois segue, desejando ser alimentado com as migalhas, etc. Como se ele dissesse: O que você joga fora da sua mesa, dá esmolas, faz com que suas perdas ganhem.
AMBROSE; Mas a insolência e o orgulho dos ricos se manifestam depois pelos sinais mais claros, pois segue, e ninguém lhe deu. Pois tão desatentos são da condição da humanidade que, como se colocados acima da natureza, derivam da miséria dos pobres um incitamento ao seu próprio prazer, riem dos necessitados, zombam dos necessitados e roubam aqueles a quem deveriam. pena.
AGOSTO Pois a cobiça do rico é insaciável, não teme a Deus nem respeita o homem, não poupa o pai, não mantém sua fidelidade a um amigo, oprime a viúva, ataca a propriedade de um tutelado.
GREG. Além disso, o pobre viu o rico saindo cercado de bajuladores, enquanto ele mesmo estava doente e necessitado, sem ser visitado por ninguém. Por isso ninguém veio visitá-lo, testemunham os cães, que sem medo lambiam suas feridas, pois segue, além disso, os cães vieram e lamberam suas feridas.
PSEUDO-CRIS. Aquelas chagas que nenhum homem se dignou a lavar e tratar, as feras lambem com ternura.
GREG. Por uma coisa, Deus Todo-Poderoso exibiu dois julgamentos. Ele permitiu que Lázaro se deitasse diante do portão do rico, tanto para que o rico perverso aumentasse a vingança de sua condenação, quanto para que o pobre por suas provações aumentasse sua recompensa; um via diariamente aquele de quem deveria mostrar misericórdia, o outro aquilo para o qual deveria ser aprovado.