2 Coríntios 1:23-24
Bíblia de Estudo Diário Barclay (NT)
Invoco Deus para testemunhar contra minha alma que foi porque quis poupá-lo que não voltei a Corinto. Não estou dizendo isso porque desejamos dominar sua fé, mas porque desejamos trabalhar com você para produzir alegria. No que diz respeito à fé, você permanece firme. Mas, para minha própria paz de espírito, tomei esta decisão - não voltar a procurá-lo em luto. Pois, se eu te entristeço, quem há de me alegrar, senão aquele que se entristece com o que eu fiz? Escrevo esta mesma carta para que, quando eu vier, não incorra nas mãos daqueles de quem eu deveria ter alegria, pois nunca perdi minha confiança em cada um de vocês e ainda tenho certeza de que minha alegria e a alegria de todos vocês é uma e a mesma coisa.
Então, escrevi uma carta para você com muita aflição e angústia de coração, foi em meio às minhas lágrimas que a escrevi, não que eu quisesse que você ficasse triste, mas que eu queria que você conhecesse o amor que tenho especialmente por você.
Aqui está o eco das coisas infelizes. Como vimos na introdução, a sequência de eventos deve ter sido esta. A situação em Corinto ia de mal a pior. A Igreja estava tomada por divisões partidárias e havia quem negasse a autoridade de Paulo. Procurando consertar as coisas, Paulo fez uma rápida visita a Corinto. Longe de consertar as coisas, aquela visita as exacerbou e quase partiu seu coração.
Em conseqüência, ele havia escrito uma carta de repreensão muito severa, escrita com o coração dolorido e em lágrimas. Justamente por isso não havia cumprido a promessa de visitá-los novamente, pois, do jeito que as coisas estavam, a visita só poderia ter prejudicado a ele e a eles.
Por trás dessa passagem está todo o coração de Paulo quando ele teve que lidar com severidade com aqueles que amava.
(1) Ele usou a severidade e a repreensão de má vontade. Ele os usava apenas quando era levado a usá-los e não havia mais nada a fazer. Existem algumas pessoas cujos olhos estão sempre focados em encontrar falhas, cujas línguas estão sempre sintonizadas para criticar, em cuja voz há sempre um tom áspero e cortante. Paulo não era assim. Nisso ele foi sábio. Se somos constantemente críticos e críticos, se somos habitualmente irados e duros, se repreendemos muito mais do que elogiamos, o fato é que até mesmo nossa severidade perde seu efeito.
É descontado porque é tão constante. Quanto mais raramente um homem repreende, mais eficaz é quando o faz. Em todo caso, os olhos de um homem verdadeiramente cristão buscam sempre coisas para louvar e não para condenar.
(ii) Quando Paulo repreendeu, ele o fez com amor. Ele nunca falou apenas para ferir. Pode haver um prazer sádico em ver alguém estremecer com uma palavra dura e cruel. Mas Paulo não era assim. Ele nunca repreendeu para causar dor; ele sempre repreendeu para restaurar a alegria. Quando John Knox estava em seu leito de morte, ele disse: "Deus sabe que minha mente sempre foi isenta de ódio contra as pessoas contra quem lancei meus julgamentos mais severos.
"É possível odiar o pecado, mas amar o pecador. A repreensão eficaz é aquela dada com o braço do amor em volta da outra pessoa. A repreensão da raiva ardente pode ferir e até aterrorizar; mas somente a repreensão do amor ferido e triste pode quebrar o coração.
(iii) Quando Paulo repreendeu, a última coisa que ele queria era dominar. Em um romance moderno, um pai diz ao filho: "Vou incutir em você o medo do Deus amoroso". O grande perigo que o pregador e o professor sempre incorrem é pensar que nosso dever é obrigar os outros a pensar exatamente como nós e insistir que, se eles não veem as coisas como nós as vemos, devem estar errados. O dever do professor não é impor crenças a outras pessoas, mas capacitá-las e incentivá-las a pensar em suas próprias crenças.
O objetivo não é produzir uma pálida cópia de si mesmo, mas criar um ser humano independente. Alguém que foi ensinado por aquele grande professor, AB Bruce, disse: "Ele cortou os cabos e nos deu um vislumbre das águas azuis". Paulo sabia que, como professor, ele nunca deveria dominar, embora devesse disciplinar e guiar.
(iv) Finalmente, apesar de toda a sua relutância em repreender, de todo o seu desejo de ver o melhor nos outros, de todo o amor que havia em seu coração, Paulo repreende quando a repreensão se torna necessária. Quando John Knox repreendeu a rainha Mary por sua proposta de casamento com Don Carlos, primeiro ela tentou raiva e majestade ultrajada e depois tentou "lágrimas em abundância". A resposta de Knox foi: "Nunca me deliciei com o choro de nenhuma das criaturas de Deus.
Mal posso suportar as lágrimas de meus próprios meninos, a quem minha própria mão corrige, muito menos posso me alegrar com o choro de Vossa Majestade. Mas devo sustentar, ainda que a contragosto, as lágrimas de Vossa Majestade, antes que ouse ferir minha consciência ou trair minha pátria por meio de meu silêncio." é uma época em que evitar problemas é acumular problemas e quando buscar uma paz preguiçosa ou covarde é cortejar um perigo ainda maior. Se formos guiados pelo amor e pela consideração, não por nosso próprio orgulho, mas pelo bem final dos outros, saberemos a hora de falar e a hora de calar.