2 Coríntios 2:5-11
Bíblia de Estudo Diário Barclay (NT)
Se alguém causou pesar, não fui eu que ele lamentou, mas até certo ponto - para não enfatizar demais a situação - todos vocês. A tal homem é suficiente o castigo que foi imposto pela maioria, de modo que, longe de infligir um castigo mais severo, você deve perdoá-lo e confortá-lo, para que ele não seja engolfado pelo excesso de dor. Portanto, exorto-vos a que a vossa decisão em relação a ele seja uma decisão de amor.
Pois, quando vos escrevi, meu propósito era pô-los à prova, para ver se sois obedientes em tudo. Tudo o que você perdoou a alguém, eu também perdoo. Pelo que perdoei, se tinha algo a perdoar, perdoei por amor de vocês, na presença de Cristo, para que não fôssemos enganados por Satanás, pois bem conhecemos suas intenções.
Novamente temos uma passagem que é um eco de problemas e infelicidade. Quando Paulo visitou Corinto, havia um líder da oposição. Este homem claramente insultou pessoalmente Paulo, que insistiu que a disciplina deveria ser exercida sobre ele. A maioria dos coríntios percebeu que sua conduta não apenas prejudicou Paulo, mas também o bom nome de toda a igreja de Corinto. A disciplina havia sido exercida, mas havia alguns que achavam que não havia sido suficientemente severa e desejavam impor uma punição ainda maior.
É agora que surge a suprema grandeza de Paulo. Seu apelo é que já foi feito o suficiente; o homem agora é penitente e exercer ainda mais disciplina faria muito mais mal do que bem. Isso pode simplesmente levar o homem ao desespero, e fazer isso não é servir a Cristo e à Igreja, mas oferecer uma oportunidade para Satanás se apoderar do homem. Se Paulo tivesse sido movido por motivos meramente humanos, ele teria se regozijado com o duro destino de seu antigo inimigo.
Em nenhum lugar a majestade de seu caráter emerge melhor do que nesta ocasião, quando, na graça de seu coração, ele implora por misericórdia para o homem que tanto o feriu. Aqui está um exemplo supremo de conduta cristã em face de injúria e insulto.
(1) Paulo não levou o assunto para o lado pessoal. Não era o dano causado a seus sentimentos pessoais que era importante. O que o preocupava era a boa disciplina e a paz da Igreja. Tem gente que leva tudo para o lado pessoal. Críticas, mesmo quando feitas e feitas com gentileza, elas consideram um insulto pessoal. Essas pessoas fazem mais do que qualquer outro tipo de pessoa para perturbar a paz de uma irmandade. Seria bom lembrar que críticas e conselhos geralmente são oferecidos, não para nos machucar, mas para nos ajudar.
(ii) o motivo de Paulo no exercício da disciplina não era vingança, mas correção; ele não pretendia derrubar um homem, mas ajudá-lo a se levantar. Seu objetivo era julgar um homem, não pelos padrões da justiça abstrata, mas pelo amor cristão. O fato é que muitas vezes os pecados são boas qualidades que deram errado. O homem que pode planejar um roubo bem-sucedido tem iniciativa e poder organizador; o orgulho é uma espécie de intensificação do espírito independente; a mesquinhez é a economia que se transforma em semente.
O objetivo de Paulo na disciplina não era erradicar as qualidades que um homem poderia ter, mas aproveitá-las para propósitos mais elevados. O dever cristão não é tornar o pecador inofensivo, espancando-o até a submissão, mas inspirá-lo à bondade.
(iii) A insistência de Paulo era que a punição nunca deveria levar ao desespero e nunca deveria tirar o coração de um homem. O tipo errado de tratamento muitas vezes dá ao homem o último empurrão para os braços de Satanás. O excesso de severidade pode muito bem afastá-lo da Igreja e de sua comunhão, enquanto uma emenda simpática pode muito bem trazê-lo para dentro. Mary Lamb, que teve terríveis períodos de insanidade, foi tratada com severidade por sua mãe.
Ela costumava suspirar: "Por que parece que nunca consigo fazer nada para agradar minha mãe?" Lutero mal suportava rezar o Pai Nosso porque seu próprio pai havia sido tão severo que a palavra pai pintava para ele um quadro de terror sombrio. Ele costumava dizer: "Poupe a vara e estrague a criança - sim; mas, ao lado da vara, mantenha uma maçã, para dar à criança quando ela fizer o bem". A punição deve encorajar e não desencorajar. Em última análise, isso só pode acontecer quando deixamos claro que, mesmo quando estamos punindo uma pessoa, ainda acreditamos nela.
NO TRIUNFO DE CRISTO ( 2 Coríntios 2:12-17 )