2 Timóteo 2:22-26
Bíblia de Estudo Diário Barclay (NT)
Fuja das paixões juvenis; corra em busca da justiça na companhia daqueles que invocam o Senhor de consciência limpa. Não se envolva em discussões tolas e estúpidas, pois você sabe que elas só geram brigas. O servo do Senhor não deve lutar, mas deve ser gentil com todos, apto para ensinar, tolerante, disciplinando seus oponentes com gentileza. Pode ser que Deus os capacite a se arrependerem, para que venham a conhecer a verdade e para que escapem da armadilha do diabo, quando forem capturados vivos pelo servo de Deus para que possam fazer a vontade de Deus.
Aqui está uma passagem do conselho mais prático para o líder e professor cristão.
Ele deve fugir das concupiscências juvenis. Muitos comentaristas fizeram sugestões sobre o que são esses desejos juvenis. Eles são muito mais do que as paixões da carne. Eles incluem aquela impaciência, que nunca aprendeu a se apressar devagar e ainda precisa descobrir que muita pressa pode fazer muito mais mal do que bem; aquela auto-afirmação, que é intolerante em suas opiniões e arrogante em expressá-las, e que ainda não aprendeu a ver o bem em pontos de vista diferentes dos seus; aquele amor pela disputa, que tende a argumentar muito e agir pouco, e que vai falar a noite toda e ficar com nada além de uma confusão de problemas não resolvidos; aquele amor pela novidade, que tende a condenar uma coisa simplesmente porque é velha e a desejar uma coisa simplesmente porque é nova, subestimando o valor da experiência.
Uma coisa deve ser notada - os defeitos da juventude são os defeitos do idealismo. É simplesmente o frescor e a intensidade da visão que faz os jovens cometerem esses erros. Tais faltas não são matéria para condenação austera, mas para correção compassiva, pois cada um tem uma virtude oculta sob ela.
O professor e líder cristão deve almejar a justiça, o que significa dar tanto aos homens quanto a Deus o que lhes é devido; na fé, que significa lealdade e confiabilidade que vêm da confiança em Deus; no amor, que é a determinação absoluta de nunca buscar nada além do bem maior de nossos semelhantes, não importa o que eles façam conosco, e que afastou para sempre toda amargura e todo desejo de vingança; em paz, que é o relacionamento correto de comunhão amorosa com Deus e com os homens.
E todas essas coisas devem ser buscadas na companhia daqueles que invocam o Senhor. O cristão nunca deve procurar viver separado e distante de seus semelhantes. Ele deve encontrar sua força e sua alegria na comunhão cristã. Como John Wesley disse: "Um homem deve ter amigos ou fazer amigos; pois ninguém jamais foi para o céu sozinho."
O líder cristão não deve se envolver em controvérsias sem sentido que são a maldição da Igreja. Na Igreja moderna, os argumentos cristãos geralmente são duplamente sem sentido, pois raramente tratam de grandes questões da vida, doutrina e fé, mas quase sempre sobre coisas sem importância, como xícaras de chá e coisas do gênero. Uma vez que um líder se envolve em controvérsia sem sentido e anticristão, ele perde todo o direito de liderar.
O líder cristão deve ser gentil com todos; mesmo quando ele tem que criticar e apontar uma falha, deve fazê-lo com a gentileza que nunca procura ferir. Ele deve estar apto para ensinar; ele deve não apenas conhecer a verdade, mas também ser capaz de comunicá-la, e fará isso, não tanto falando sobre ela, mas vivendo de maneira que mostre aos homens Cristo. Ele deve ser tolerante; como seu Mestre, se ele for insultado, não deve insultar novamente; ele deve ser capaz de aceitar insultos e injúrias, ofensas e humilhações, como Jesus os aceitou.
Pode haver pecados maiores do que a suscetibilidade, mas não há nenhum que cause maior dano à Igreja Cristã. Ele deve disciplinar seus oponentes com gentileza; sua mão como a mão de um cirurgião, infalível para encontrar o ponto doente, mas nunca por um momento causando dor desnecessária. Ele deve amar os homens, não espancá-los, em submissão à verdade.
A última frase desta passagem está em um grego muito complicado, mas parece ser uma esperança de que Deus desperte o arrependimento e o desejo da verdade nos corações dos homens, para que aqueles que estão presos na armadilha do diabo possam ser resgatados enquanto suas almas ainda estão vivas e levados à obediência à vontade de Deus pela obra de seu servo. É Deus quem desperta o arrependimento; é o líder cristão que abre a porta da Igreja ao coração penitente.