Marcos 14:17-21
Bíblia de Estudo Diário Barclay (NT)
Ao anoitecer, Jesus veio com os Doze. E, estando eles à mesa e comendo, disse Jesus: Em verdade vos digo: um de vós me trairá, aquele que come comigo. um: "Certamente não posso ser eu?" Ele disse-lhes: "Um dos Doze, aquele que põe a mão comigo no prato. O Filho do Homem vai como está escrito sobre ele, mas ai daquele por quem o Filho do Homem é traído. Teria sido bom para ele, se aquele homem não tivesse nascido."
O novo dia começou às 18 horas e, quando chegou a noite da Páscoa, Jesus sentou-se com os Doze. Houve apenas uma mudança no antigo ritual que havia sido observado há tantos séculos no Egito. Na primeira Festa da Páscoa no Egito, a refeição era comida em pé ( Êxodo 12:11 ). Mas isso era um sinal de pressa, um sinal de que eram escravos fugindo da escravidão. No tempo de Jesus, o regulamento era que a refeição fosse feita reclinada, pois isso era o sinal de um homem livre, com casa e país próprios.
Esta é uma passagem comovente. O tempo todo havia um texto correndo na cabeça de Jesus. "Até o meu amigo íntimo em quem eu confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o calcanhar." ( Salmos 41:9 .) Essas palavras estavam em sua mente o tempo todo. Podemos ver certas grandes coisas aqui.
(1) Jesus sabia o que ia acontecer. Essa é sua coragem suprema, especialmente nos últimos dias. Teria sido fácil para ele escapar e, ainda assim, implacável, ele continuou. Homero relata como foi dito ao grande guerreiro Aquiles que, se ele partisse para sua última batalha, certamente seria morto. Sua resposta foi: "No entanto, eu sou a favor de continuar." Com pleno conhecimento do que estava por vir, Jesus estava a favor de prosseguir.
(ii) Jesus podia ver o coração de Judas. O curioso é que os outros discípulos parecem não ter suspeitas. Se eles soubessem o que Judas estava fazendo, é certo que o teriam parado até pela violência. Aqui está algo para lembrar. Pode haver coisas que conseguimos esconder de nossos semelhantes. Mas não podemos escondê-los de Jesus Cristo. Ele é o pesquisador dos corações dos homens. Ele sabe o que há no homem.
“Nossos pensamentos estão abertos à tua vista;
E nua ao teu olhar.
Nossos pecados secretos estão na luz
Do teu semblante puro."
Bem-aventurados, de fato, os puros de coração.
(iii) Nesta passagem vemos Jesus oferecendo duas coisas a Judas.
(a) Ele está fazendo o último apelo do amor. É como se ele estivesse dizendo a Judas: "Eu sei o que você vai fazer. Ainda não vai parar?"
(b) Ele está dando a Judas uma última advertência. Ele está dizendo a ele com antecedência sobre as consequências da coisa que está em seu coração fazer. Mas devemos observar isso, pois é a essência da maneira como Deus lida conosco - não há compulsão. Sem dúvida, Jesus poderia ter impedido Judas. Tudo o que ele precisava fazer era contar aos outros onze o que Judas estava planejando, e Judas nunca teria saído vivo daquela sala.
Aqui está toda a situação humana. Deus nos deu vontades que são livres. Seu amor nos atrai. Sua verdade nos adverte. Mas não há compulsão. É terrível responsabilidade do homem rejeitar o apelo do amor de Deus e desconsiderar a advertência de sua voz. No final, ninguém além de nós mesmos é responsável por nossos pecados.
Na lenda grega, dois viajantes famosos passaram pelas rochas onde cantavam as sereias. As sereias sentavam-se nessas rochas e cantavam com tanta doçura que atraíam os marinheiros irresistivelmente para a sua perdição. Ulisses passou por essas rochas. Seu método era tapar os ouvidos dos marinheiros para que não ouvissem e mandá-los amarrar-se ao mastro com cordas para que, por mais que se esforçasse, não pudesse responder àquela doçura sedutora.
Ele resistiu por compulsão. O outro viajante era Orfeu, o músico mais doce de todos. Seu método era tocar e cantar com uma doçura tão insuperável quanto seu navio passava pelas rochas onde estavam as sereias, que a atração do canto das sereias nunca foi sentida por causa da atração da música que ele cantava. Seu método era responder ao apelo da sedução com um apelo ainda maior.
A de Deus é a segunda via. Ele não nos impede, gostemos ou não, do pecado. Ele procura nos fazer amá-lo tanto que sua voz é mais docemente insistente para nós do que todas as vozes que nos chamam para longe dele.
O SÍMBOLO DA SALVAÇÃO ( Marcos 14:22-26 )