Apocalipse 13:11-18
Hawker's Poor man's comentário
(11) E vi outra besta subindo da terra; e ele tinha dois chifres como um cordeiro e falava como um dragão. (12) E ele exerce todo o poder da primeira besta diante dele, e faz com que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja ferida mortal foi curada. (13) E ele faz grandes maravilhas, de modo que faz descer fogo do céu sobre a terra aos olhos dos homens, (14) E engana os que habitam sobre a terra por meio daqueles milagres que ele tinha poder de fazer na visão da besta; dizendo aos que habitam sobre a terra que façam uma imagem à besta que foi ferida pela espada e viveu.
(15) E ele tinha poder para dar vida à imagem da besta, para que a imagem da besta falasse e fizesse que todos os que não adorassem a imagem da besta fossem mortos. (16) E faz com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, recebam um sinal na mão direita, ou na testa; (17) E para que ninguém compre ou venda, a não ser aquele que tinha a marca, ou o nome da besta, ou o número de seu nome. (18) Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta: porque é o número de um homem; e seu número é seiscentos e sessenta e seis.
Várias têm sido as opiniões dos homens a respeito desta outra besta. Alguns argumentaram, a partir do termo outra besta, que apesar disso concordar com o anterior em sentimento e conduta, ainda assim não pode ser o mesmo. E, sem dúvida, à primeira vista do assunto, deveria parecer outro personagem. No entanto, tem sido afirmado com a mesma veemência por outros, que é apenas um e o mesmo, o primeiro sugerindo um poder temporal, e o último um governo eclesiástico; e que ambos devem descrever, pois os personagens não podem pertencer a nenhum outro senão o Papa de Roma. Deixo o leitor, entretanto, formar sua própria opinião, sob a graça de Deus.
Será nosso melhor aperfeiçoamento, a fim de uma compreensão clara do assunto, atender às características particulares de caráter, pelas quais esta besta é descrita.
Primeiro. Ele é referido como um cordeiro com dois chifres, provavelmente para indicar que ele afetou o caráter da religião e o de Cristo, o Cordeiro de Deus. Se esta for, como geralmente se supõe, a representação do Papa, em seu ofício papal, não pode haver dificuldade em explicar o que aqui se diz, em referência a esse personagem. Pois como o Papa, o vigário de Cristo, como ele blasfemamente chama a si mesmo; e chefe da Igreja, o sucessor de Pedro e semelhantes, e de acordo com os títulos assumidos, ele profere palavras grandiosas e fala como um dragão, este nome de cordeiro, rodeado como está por seus cardeais, bispos, abades e sacerdotes, é tão adequado para ele, sob este poder eclesiástico que o dragão deu a ele, como o outro é considerado em sua pompa temporal, como um príncipe e soberano. Ele e seus cardeais, senhores eclesiásticos e temporais. A. lindo garoupa!
Em segundo lugar. O fato de exercer o mesmo poder que a besta diante dele parece implicar uma identidade de pessoa, e que é uma e a mesma, e o lugar de governo é o mesmo, o que não poderia ser, se não fosse assim. E, como se diz que ele reforça a adoração da primeira besta, deve, além disso, parecer apontar para aqueles anátemas, touros, excomunhões e semelhantes, pelos quais a autoridade papal é conhecida. Com base nisso, não parece haver muita dificuldade de apreensão.
Em terceiro lugar. Seu engano para com os que habitam a terra, por meio de milagres, ou melhor, milagres fingidos, é uma prova ainda mais elevada. Pois nenhum poder, a não ser o Pontífice, jamais assumiu o caráter de fazer milagres, ou melhor, espalhando sobre o povo comum, a história de maravilhas mentirosas. Esta é uma característica tão marcante do papado, que não pertence a nenhuma outra. E ler um relato do que dizem que alguns papas fazem dessa maneira é uma das tentativas mais impudentes que o mundo já lhes deu, exceto, de fato, a contraparte do mesmo, na Hégira de Maomé.
Em quarto lugar. E para coroar tudo. A marca da besta na mão direita ou na testa das pessoas, é o relato final desta terrível besta. E até que ponto, em que número, a quantas pessoas o terrível engano atingiu, quem calculará ou dirá? O mais angustiante é considerar que, pela ignorância das pessoas comuns e pela habilidade das pessoas superiores, no apoio a um sistema; que, de acordo com os princípios da política humana, foi encontrado o melhor artifício estatal para manter a ordem inferior em sujeição, multidões receberam a marca e adoraram a besta.
Na verdade, a proibição do comércio e do emprego sem a marca é tal, nos países papistas, que a prática é universal. E ainda, se possível, mais horrível de relatar, concernente àqueles que professam saber mais e estar acima de tais noções tolas, é de se temer que não sejam poucos os números que recebem a marca no momento em que zombam dela, os melhor continuar o propósito secular ou eclesiástico do mundo! Esses são alguns dos terríveis enganos desta heresia.
Eu me abstive de oferecer uma única observação sobre o número da besta, seiscentos, três vintenas e seis. Muito foi dito e escrito sobre ele, por homens carnais. Poucos, creio eu, daqueles que foram ensinados por Deus se aventuraram a dar sua opinião a respeito. O Espírito Santo diz, aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta. Mas seria bom lembrar que é ele quem tem entendimento; nenhum ao lado.
E onde o Senhor não dá entendimento, o mais sábio só tropeçará no próprio limiar da investigação. Eu me aposento com acanhamento. O Senhor em seu próprio tempo explicará. E aqui deixo o assunto.