2 João 1:3
Comentário popular da Bíblia de Kretzmann
A graça esteja convosco, a misericórdia e a paz da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, na verdade e no amor.
O discurso mostra a consideração afetuosa que o apóstolo idoso tinha por todos os seus filhos espirituais: O mais velho pela senhora eleita (ou, para eleger Kuria) e pelos filhos dela, a quem eu amo de verdade, e não só eu, mas também tudo o que conhecer a verdade, pela verdade que habita em nós e estará conosco para sempre. O nome que João emprega aqui para designar a si mesmo mostra quão poucas tendências hierárquicas eram aparentes naquela época.
Ele chama a si mesmo simplesmente de presbítero, ou ancião, um dos ativos no ministério do Evangelho. Embora ele fosse um apóstolo, ele estava perfeitamente satisfeito em desempenhar as funções de ministro ordinário do Evangelho e levar o nome que esse ofício tinha desde os primeiros dias em Jerusalém. Ele endereça esta carta à senhora eleita e sua família. Os apóstolos habitualmente chamam todos os verdadeiros cristãos de eleitos; eles os incluem naquele gracioso decreto pelo qual Deus desde a eternidade os designou para a fé e para a salvação.
Hipócritas, cristãos apenas no nome, não estão incluídos nesta designação de honra. João afirma que a mentira está unida às pessoas a quem escreve por aquele verdadeiro amor fraterno que flui da única verdade salvadora, que se acende no coração dos crentes por meio do Evangelho. E ele não está sozinho neste aspecto fraterno, mas se junta a todos os outros cristãos que chegaram ao pleno conhecimento da verdade do Evangelho, da salvação em Cristo Jesus. Esta verdade encontrou uma morada duradoura em todos os verdadeiros cristãos e serve como vínculo de comunhão e união entre eles, nesta vida e na eternidade.
A saudação de São João é a saudação apostólica: Haverá conosco graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, na verdade e no amor. Esta é uma bênção na forma de uma afirmação definitiva, tal como apenas a verdadeira fé e confiança em Deus como o misericordioso Pai celestial pode dar. A bênção torna-se assim uma promessa, uma garantia. A graça estará conosco, aquela graça que elimina a sentença de condenação à medida que a justiça justa é passada aos homens pecadores; misericórdia, que, em benevolente e paternal bondade, derrama as riquezas do favor de Deus sobre um mundo redimido pelo sangue de Cristo; e paz, o efeito bendito do amor de Deus na revelação e redenção de Seu Filho.
Todas essas bênçãos espirituais maravilhosas descem sobre nós não apenas do Pai reconciliado, mas também de Jesus Cristo, o Filho eterno do Pai, igual a Ele em divindade e possuindo com Ele todos os atributos da Divindade. Esses dons vêm a nós em verdade, quando cremos na verdade salvadora da mensagem do Evangelho, e em amor, quando toda a nossa vida é uma manifestação da regeneração que foi operada em nossos corações. Esta garantia está em vigor e, portanto, diz respeito aos cristãos de todos os tempos.