João 3:16-18
Comentário de Catena Aurea
Ver 16. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 17. Pois Deus não enviou seu Filho ao mundo para condenar o mundo; mas para que o mundo por ele seja salvo. 18. Quem nele crê não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
CRIS. Dito isto, também o Filho do homem deve ser levantado, aludindo à sua morte; para que Seu ouvinte não seja derrubado por Suas palavras, formando alguma noção humana Dele, e pensando em Sua morte como um mal, Ele corrige isso dizendo que Aquele que foi entregue à morte era o Filho de Deus, e que Seu a morte seria a fonte da vida eterna; Assim Deus amou o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna; como se dissesse: Não vos maravilheis que eu deva ser levantado para que sejais salvos; pois assim parece bem ao Pai, que tanto vos amou, que deu seu Filho para sofrer por servos ingratos e descuidados.
O texto, Deus amou o mundo de tal maneira, mostra intensidade de amor. Pois grande de fato e infinita é a distância entre os dois. Aquele que é sem fim, ou princípio de existência, Grandeza Infinita, amou aqueles que eram da terra e das cinzas, criaturas carregadas de inumeráveis pecados. E o ato que brota do amor é igualmente indicativo de sua vastidão. Pois Deus não deu um servo, ou um anjo, ou um arcanjo, mas seu filho. Novamente, se Ele tivesse muitos filhos e dado um, isso teria sido um presente muito grande; mas agora Ele deu Seu Filho Unigênito.
HILÁRIO; Se fosse apenas uma criatura abandonada por uma criatura, uma perda tão pobre e insignificante não seria uma grande evidência de amor. Devem ser coisas preciosas que provam nosso amor, grandes coisas devem evidenciar sua grandeza. Deus, em amor ao mundo, deu Seu Filho, não um Filho adotivo, mas Seu próprio, mesmo Seu Unigênito. Aqui está a filiação adequada, nascimento, verdade: nenhuma criação, nenhuma adoção, nenhuma mentira: aqui está o teste de amor e caridade, que Deus enviou Seu próprio e unigênito Filho para salvar o mundo.
TEÓFILO Como Ele disse acima, que o Filho do homem desceu do céu, não significando que Sua carne desceu do céu, por causa da unidade da pessoa em Cristo, atribuindo ao homem o que pertencia a Deus: agora, inversamente, o que pertence ao homem, ele atribui a Deus a Palavra. O Filho de Deus era impassível; mas sendo um em relação à pessoa com o homem que era passável, diz-se que o Filho foi entregue à morte, na medida em que realmente sofreu, não em sua própria natureza, mas em sua própria carne.
Desta morte segue um benefício muito grande e incompreensível: viz. para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. O Antigo Testamento prometia àqueles que o obedecessem, comprimento de dias: o Evangelho promete vida eterna, e imperecível.
BEDE; Observe aqui que o mesmo que ele disse antes do Filho do homem, levantado na cruz, ele repete do Filho unigênito de Deus: viz. Que todo aquele que crê nele, etc. Pois o mesmo nosso Criador e Redentor, que era Filho de Deus antes que o mundo existisse, foi feito no fim do mundo Filho do homem; para que Aquele que pelo poder de Sua Divindade nos criou para desfrutar da felicidade de uma vida sem fim, o mesmo nos restaurou à vida que perdemos ao tomar sobre Ele nossa fragilidade humana.
ALCUÍNA. Verdadeiramente por meio do Filho de Deus o mundo terá vida; porque nenhuma outra causa Ele veio ao mundo, exceto para salvar o mundo. Deus não enviou Seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele.
AGOSTO Pois por que Ele é chamado de Salvador do mundo, mas porque Ele salva o mundo? O médico, no que diz respeito à sua vontade, cura os enfermos. Se o doente despreza ou não observa as instruções do médico, ele se destrói.
CRIS. Porque, como quer que Ele diga isso, homens preguiçosos na multidão de seus pecados e excesso de descuido, abusam da misericórdia de Deus e dizem: Não há inferno, nem castigo; Deus nos perdoa todos os nossos pecados. Mas lembremo-nos de que há dois adventos de Cristo; um passado, o outro por vir. O primeiro não era para nos julgar, mas para nos perdoar; o último será, não para perdoar, mas para nos julgar. É do primeiro que Ele diz: Eu não vim para julgar o mundo.
Porque Ele é misericordioso, em vez de julgamento, Ele concede uma remissão interna de todos os pecados pelo batismo; e mesmo depois do batismo nos abre a porta do arrependimento, que se Ele não tivesse feito tudo estaria perdido; porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. Depois, porém, segue algo sobre o castigo dos incrédulos, para nos advertir contra nos lisonjearmos de que podemos pecar impunemente.
Do incrédulo Ele diz, 'ele já está julgado.' - Mas primeiro ele diz, quem nele crê não é julgado. Quem crê, Ele diz, não quem pergunta. Mas e se sua vida for impura? Paulo declara muito fortemente que tais não são crentes: Confessam, diz ele, que conhecem a Deus, mas negam-no em obras. Ou seja, tais não serão julgados por sua crença, mas receberão uma pesada punição por suas obras, embora a incredulidade não seja imputada contra eles.
ALCUÍNA. Aquele que crê nEle e se apega a Ele como um membro da cabeça, não será condenado.
AGOSTO O que você esperava que Ele dissesse daquele que não creu, exceto que ele está condenado. No entanto, marque Suas palavras: Aquele que não crê já está condenado. O Julgamento não apareceu, mas já foi dado. Pois o Senhor sabe quem são Seus; que estão esperando a coroa, e quem o fogo.
CRIS. Ou o significado é que a própria descrença é o castigo do impenitente: na medida em que é estar sem luz, e estar sem luz é em si o maior castigo. Ou Ele está anunciando o que deve ser. Embora um assassino ainda não tenha sido condenado pelo Juiz, seu crime já o condenou. Da mesma maneira, aquele que não crê, está morto, assim como Adão, no dia em que comeu da árvore, morreu.
GREG. Ou assim: No juízo final alguns perecem sem serem julgados, dos quais se diz aqui: Aquele que não crê já está condenado. Pois o dia do julgamento não prova aqueles que por incredulidade já estão banidos da vista de um juiz perspicaz, estão sob sentença de condenação; mas aqueles que mantêm a profissão de fé não têm obras que se mostrem adequadas a essa profissão. Para aqueles que não guardaram nem mesmo os sacramentos da fé, nem sequer ouvem a maldição do Juiz no último julgamento.
Eles já, na escuridão de sua incredulidade, receberam sua sentença, e não são considerados dignos de serem condenados pela repreensão dAquele a quem desprezaram novamente; Pois um soberano terreno, no governo de seu estado, tem uma regra de punição diferente, no caso do súdito descontente, e do rebelde estrangeiro. No primeiro caso, consulta a lei civil; mas contra o inimigo ele imediatamente começa a guerra e retribui sua malícia com o castigo que merece, sem levar em conta a lei, pois aquele que nunca se submeteu à lei não tem direito a sofrer pela lei.
ALCUÍNA. Ele então dá a razão pela qual aquele que não crê é condenado, viz. porque não crê no nome do Filho unigênito de Deus. Pois somente neste nome há salvação. Deus não tem muitos filhos que possam salvar; Aquele por quem Ele salva é o Unigênito.
AGOSTO Onde então colocamos as crianças batizadas? Entre aqueles que acreditam? Isto é adquirido para eles pela virtude do Sacramento e as promessas dos padrinhos. E por esta mesma regra contamos os que não são batizados, entre os que não crêem.