Lucas 22:47-53
Bíblia de Estudo Diário Barclay (NT)
Enquanto Jesus ainda estava falando - eis que - veio uma multidão, e o homem chamado Judas, um dos Doze, os conduzia. Ele aproximou-se de Jesus para beijá-lo; mas Jesus lhe disse: "Judas, é com um beijo que você trai o Filho do Homem?" Quando os que estavam com ele viram o que ia acontecer, disseram: "Senhor, vamos ferir com a espada?" E um deles feriu o servo do sumo sacerdote e cortou-lhe a orelha.
Jesus respondeu: "Que chegue a isso!" Disse Jesus aos chefes dos sacerdotes, aos capitães do templo e aos anciãos que o procuravam: "Saístes com espadas e porretes, como contra um salteador? Quando eu estava todos os dias convosco no templo, não levantastes a mão contra mim; mas esta é a sua hora, e o poder das trevas está aqui."
Judas havia encontrado uma maneira de trair Jesus de tal forma que as autoridades pudessem atacá-lo quando a multidão não estivesse presente. Ele sabia que Jesus tinha o hábito de ir à noite para o jardim na colina, e ali ele conduziu os emissários do Sinédrio. O capitão do Templo, ou Sagan, como era chamado, era o oficial responsável pela boa ordem do Templo; os capitães do Templo aqui referidos eram seus tenentes responsáveis pela efetiva prisão de Jesus.
Quando um discípulo encontrava um amado rabino, ele colocava sua mão direita no ombro esquerdo do rabino e sua mão esquerda no ombro direito e o beijava. Foi o beijo de um discípulo a um mestre amado que Judas usou como sinal de traição.
Havia quatro partes diferentes envolvidas nesta prisão, e suas ações e reações são muito significativas.
(1) Havia Judas, o traidor. Ele foi o homem que abandonou a Deus e se aliou a Satanás. É somente quando um homem tira Deus de sua vida e aceita Satanás, que ele pode afundar e vender a Cristo.
(2) Havia os judeus que vieram prender Jesus. Eles eram os homens que estavam cegos para Deus. Quando o Deus encarnado veio a esta terra, tudo o que eles podiam pensar era como levá-lo a uma cruz. Eles escolheram seu próprio caminho por tanto tempo e fecharam os ouvidos à voz de Deus e os olhos à sua orientação que, no final, não puderam reconhecê-lo quando ele veio. É uma coisa terrível ser cego e surdo para Deus. Como a Sra. Browning escreveu,
"Eu também tenho força--
Força para contemplá-lo e não adorá-lo,
Força para cair dele e não chorar para ele."
Deus nos livre de uma força como essa!
(3) Lá estavam os discípulos. Eles eram os homens que naquele momento haviam se esquecido de Deus. O mundo deles havia desabado e eles tinham certeza de que o fim havia chegado. A última coisa de que se lembravam naquele momento era de Deus; a única coisa em que pensavam era na terrível situação em que se encontravam. Duas coisas acontecem ao homem que se esquece de Deus e o deixa fora da situação. Ele fica totalmente apavorado e completamente desorganizado. Ele perde o poder de enfrentar a vida e de lidar com ela. No tempo da provação, a vida é inviável sem Deus.
(4) Lá estava Jesus. E Jesus foi a única pessoa em toda a cena que se lembrou de Deus. O incrível sobre ele nos últimos dias foi sua absoluta serenidade quando o Getsêmani terminou. Naquela época, mesmo em sua prisão, era ele quem parecia estar no controle; e mesmo em seu julgamento, era ele quem era o juiz. O homem que anda com Deus pode lidar com qualquer situação e olhar qualquer inimigo nos olhos, sem se curvar e sem medo. É ele, e somente ele, quem pode finalmente dizer,
"Nas garras das circunstâncias,
Eu não estremeci nem chorei alto.
Sob os golpes do acaso
Minha cabeça está ensanguentada, mas não curvada.
Não importa quão estreita seja a porta,
Quão carregado de punições o pergaminho,
Eu sou o mestre do meu destino:
Eu sou o capitão da minha alma."
É somente quando um homem se curva a Deus que ele pode falar e agir como um conquistador.
zombaria, flagelação e julgamento ( Lucas 22:63-71 )