2 Reis 21:1-26
Comentário de Leslie M. Grant sobre a Bíblia
REINO MAU DE MANASSEH
(vv.1-18)
Manassés tinha 12 anos quando começou a reinar, portanto nasceu três anos após a enfermidade e recuperação de Ezequias. Mas, em contraste com seu pai, ele foi o rei mais perverso que já reinou sobre Judá. Podemos nos perguntar como era sua mãe Hephzibah. Seu reinado foi longo, - 55 anos, - mas ele seguiu o exemplo das nações ímpias que o Senhor havia despossuído para dar a terra a Israel (v.
2). Ele reconstruiu os altos que seu pai havia destruído, ele fez uma imagem de madeira e adorou todas as constelações dos céus, o sol, a lua e as estrelas. Ele também construiu altares idólatras na casa do Senhor e nos dois átrios da casa (vv.4-5).
Além disso, fazia seu filho passar pelo fogo (oferecendo-o ao deus Moloque), praticava adivinhação e feitiçaria e consultava espíritas e médiuns. Assim, ele se comprometeu totalmente com a grande maldade da idolatria das nações, até mesmo colocando uma imagem esculpida de Asherah na casa do Senhor, a casa que o Senhor havia escolhido como Seu centro em Israel. Ao fazer isso, seu desejo era impedir que Israel se afastasse do Senhor e se dispersasse (v.8)! Que atitude tola, pois a preservação de Israel dependia de seu cuidado em obedecer aos mandamentos do Senhor dados por meio de Moisés.
Mas Manassés mostrou total desprezo por Deus na maneira como tratou o templo de Deus. Ele seduziu tanto o povo que eles não deram atenção aos mandamentos de Deus, mas praticaram o pior mal do que as nações ímpias que Deus havia destruído para que Israel pudesse tomar a terra (v.9).
O Senhor, portanto, falou pelos profetas (não apenas por um profeta), declarando com terrível solenidade que, porque Manassés se envolveu em maior maldade do que os amorreus e fez Judá pecar com seus ídolos, o Senhor traria tal calamidade sobre Jerusalém e Judá, para que os ouvidos de todos os que ouvissem dele estremecessem. Este julgamento de Jerusalém não seria menos severo do que o de Samaria e da casa de Acabe, Jerusalém sendo limpa como um prato quando enxugada e virada de cabeça para baixo.
Supondo que Manassés reinasse por 55 anos (v.1), isso não faria diferença para a certeza do julgamento de Deus. A paciência de Deus é muitas vezes confundida com indulgência ou indiferença, mas quanto mais Ele mostra paciência, mais terrível e terrível podemos esperar que Seu julgamento seja.
Que contraste isso representaria com o cuidado preservador e protetor de Deus sobre Ezequias quando ele foi atacado! Deus abandonaria o remanescente de Sua herança, o pequeno número que primeiro provou ser fiel a Ele, mas se afastou em tola subjugação à loucura de seu rei obstinado (v.14). Seus inimigos os derrotariam e saqueariam por causa de sua maldade em provocar a ira de Deus desde o tempo de sua libertação do Egito e ao longo de sua história.
Além dessa culpa, no caso de Manassés, estava sua crueldade em derramar muito sangue inocente. Assim, a violência acompanhou sua corrupção. Geralmente é verdade que quando alguém se torna corrupto em sua atitude para com Deus, ele se torna violento com os outros.
Este livro de Reis não diz nada sobre o arrependimento de Manassés, que 1 Crônicas 33: 12-13 registra, pois Reis trata principalmente da questão da responsabilidade, enquanto Crônicas enfatiza a graça de Deus. Lá, aprendemos que Manassés foi levado cativo pela Assíria e preso na Babilônia. Em sua aflição, ele se humilhou e se voltou para o Senhor, de modo que seu caráter foi mudado pelo último curto período de sua vida.
É incrível que alguém tão perverso seja levado ao arrependimento genuíno, mas a graça de Deus é capaz de salvar o mais culpado. É triste dizer, porém, que é um caso excepcional, pois alguém que viveu uma vida totalmente perversa se endureceu tanto contra Deus que não desiste de sua rebelião. Sem dúvida, no entanto, Manassés devia muito à piedade de seu pai e, embora demorasse muito para quebrá-lo, o treinamento dos primeiros anos acabou tendo seu efeito.
Quando seu reinado de 55 anos terminou, ele morreu e foi sepultado no jardim de sua própria casa, e seu filho Amon tornou-se rei. É triste que um longo reinado de 55 anos não tenha produzido nada além do mal, de modo que, embora Manassés esteja no céu, quase toda a obra de sua vida será queimada.
AMON'S SHORT REIGN
(vv.19-26)
Amon tinha 22 anos quando assumiu o trono de Judá e reinou apenas por dois anos, em nítido contraste com os 55 anos do reinado de seu pai. Ele seguiu o exemplo de iniqüidade de seu pai, mas sem nenhum arrependimento como o que seu pai demonstrou (vv.20-21). Ele teve a vantagem de saber do arrependimento de seu pai, mas isso não teve efeito sobre ele. O Senhor evidentemente sabia que dois anos eram suficientes para Amon se arrepender.
Mas nada é dito sobre ele para seu crédito. Ele caminhou na recusa fria dos caminhos de Deus, escolhendo ídolos ao invés, e seus próprios servos conspiraram contra ele e o mataram em sua própria casa (vv.22-23). Que triste fim para quem teve um avô piedoso!
No entanto, os servos de Amon não conseguiram assumir o controle do governo. O povo da terra interveio e executou os servos responsáveis pela morte de Amon. Esta parece ser a energia da fé, pois eles se certificaram de que alguém da verdadeira linhagem de Davi assumisse o trono (v.24), embora ele (Josias) tivesse apenas oito anos de idade.
Outros atos de Amon foram evidentemente escritos em um livro das crônicas dos reis de Judá, mas não no livro escriturístico de Crônicas, pois nada mais é dito ali do que neste livro de Reis. Mas seu enterro foi honroso, pois ele era da linha de Davi.